A reciclagem em condomínios
Só a mudança de hábito pode garantir mais qualidade de vida e transformar o mundo em um planeta melhor
A partir da década de 1970, a produção de embalagens e produtos descartáveis aumentou significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos países desenvolvidos. De acordo com dados da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, cada brasileiro produz, por dia, cerca de um quilo de lixo e uma parte deste lixo poderia ser reciclada.
E é esta postura responsável que muitos governos e ONGs estão cobrando dos cidadãos e das empresas, já que a reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Cada 50 quilos de papel usado, transformado em papel novo, evita que uma árvore seja cortada. Cada 50 quilos de alumínio usado e reciclado, evita que sejam extraídos do solo cerca de 5.000 quilos de minério.
Além disso, com um quilo de vidro quebrado, faz-se exatamente um quilo de vidro novo e a grande vantagem é que o vidro pode ser reciclado infinitas vezes. A reciclagem ainda melhora a limpeza da cidade, pois o morador que adquire o hábito de separar o lixo, dificilmente o joga nas vias públicas. Também gera renda e diminui o desperdício.
Por conta de todas estas vantagens a reciclagem em condomínios tem sido cada vez mais frequente. É comum que os condomínios apresentem em seu regulamento interno alguns tópicos referentes à reciclagem, que debatam o assunto em assembleias ou, até mesmo, que realizem campanhas de incentivos no local. A maioria dos condomínios já possui coleta seletiva de lixo e espaços adequados para o descarte de materiais como óleo de cozinha, pilhas e baterias usadas.
Quem tem interesse de implantar a coleta seletiva em condomínios, o primeiro passo é eleger um grupo de moradores que ficará responsável pela organização e incentivo aos outros para adesão da campanha. Este grupo será responsável por estabelecer como e quando os recicláveis serão recolhidos, além de definir o destino do montante coletado. O grupo de condôminos pode ainda verificar junto à prefeitura se há algum tipo de coleta seletiva na região e quais são os dias e horários que está disponível.
Um bom projeto de coleta seletiva também é iniciado com o compartilhamento de conhecimento. É importante que os condôminos saibam a diferença entre cada tipo de lixo para que não tenham problemas na hora de separar os resíduos.
Os materiais recicláveis são todas as embalagens e resíduos que poderão ser utilizados pela indústria e transformados em novos produtos. Embalagens longa vida, garrafas plásticas e de vidro, frascos em geral, latas de comida e bebida, tampinhas, pregos e fios estão na lista dos materiais que podem ser reaproveitados. Os papéis como jornais, revistas, cadernos e papelão também podem ser separados, desde que não estejam engordurados ou sujos.
Já os plásticos como cabos de panela e adesivos, papéis toalha e higiênico, fotografias e etiquetas estão na lista dos não recicláveis. Cerâmica, porcelana, cristais e espelhos, bem como clipes, grampos e esponjas de aço também devem ser descartados junto com o lixo comum.
Materiais como tomadas, teclados, computador, eletrônicos e eletrodomésticos são considerados lixo eletrônico e também merecem atenção especial. Do mesmo modo, pilhas e baterias devem ser separadas e encaminhadas para os estabelecimentos responsáveis por este recolhimento.
Já o lixo orgânico, como casca de frutas e legumes, restos de alimentos, borra de café e casca de ovos, podem ser reaproveitados pelo próprio condomínio. Este tipo de resíduo pode ser transformado em adubo e utilizado no jardim. Se não houver um programa de compostagem, eles devem seguir para o lixo comum.
Normalmente para a separação dos resíduos são utilizadas diversas cores de lixeiras para diferenciar metal, plástico, papel e vidro. Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta, cobre, alumínio. Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens de produtos de limpeza, sacolas de supermercado, brinquedos. Papel: jornais, revistas, cadernos, folhetos, caixas de papelão, papel de escritórios, embalagens de papel. Vidro: potes de alimentos (azeitona, milho, requeijão, etc.), garrafas, frascos de medicamentos, cacos de vidro.
O objetivo, ao seguir estas dicas, é mostrar que apenas a mudança de uma rotina pode transformar o mundo em um planeta melhor, já que ter uma vida mais saudável depende tanto de políticas públicas e serviços ambientalmente adequados, quanto da atitude da população.
Tempo de decomposição dos materiais.
Borracha e vidro – Indeterminado
Lixo radioativo – 250.000 anos
Linha de nylon – 650 anos
Garrafa plástica – 450 anos
Lata de alumínio – 200 anos
Plástico e metal – mais de 100 anos
Isopor – 80 anos
Lata de aço e copo plástico – 50 anos
Madeira pintada – 13 anos
Filtro de cigarro e goma de mascar – 5 anos
Pano – 6 meses a 1 ano
Papel – 3 a 6 meses
Caixa de papelão – 2 meses